Durante a sua apresentação no encontro com construtores pernambucanos realizado no Sinduscon-PE, na segunda-feira, 15, a superintendente Nacional FGTS, Cintia Teixeira, lançou luz sobre uma discussão cada vez mais importante, que é o impacto da saída de recursos do FGTS provocada pelo Saque Aniversário no Orçamento de aplicação em habitação. “Caso não existisse o saque aniversário, o valor de orçamento de aplicação em Habitação poderia ter sido incrementado em R$ 58,7 bilhões”, disparou.

Ainda de acordo com sua avaliação, foram R$5,6 bilhões que o FGTS deixou de arrecadar, com os empregos que deixaram de ser gerados por este motivo.

Segundo dados apresentados pela superintendente, a adesão ao Saque Aniversário vem escalando montantes cada vez maiores nos últimos quatro anos. Para se ter uma ideia, em 2020 foram sacados do FGTS, a partir dessa modalidade, R$9,8 bilhões, sendo que em 2022 esse valor chegou a R$28,4 bilhões, e em 2023, cravou R$38,1 bilhões. Para 2024, a previsão é de R$45,1 bilhões.

A preocupação da Caixa com essa destinação do funding, em detrimento do fomento à habitação, já havia sido introduzida pelo vice-presidente do Agente Operador, Pedro Freitas, quando reforçou, em sua fala, a importância de priorizar o uso do FGTS para habitação e infraestrutura, solicitando ainda o apoio das entidades, Sinduscon-PE e Ademi-PE, nessa defesa. “É o principal funding da habitação do país, o FGTS. A gente precisa ser uma voz mais ativa em defesa deste uso”, comentou o vice-presidente.

O chamado foi prontamente aceito pelo Sinduscon-PE, através do presidente Antônio Cláudio Couto, que já vinha atento à questão, também defendendo a prioridade do investimento dos recursos do FGTS para habitação e infraestrutura.

“São milhares de empregos gerados, diretos e indiretos, a cadeia produtiva do setor gira mais rápido, fomentando a economia, e o governo em suas diversas esferas se capitalizam para desenvolver mais ações em prol do cidadão através da arrecadação de impostos”, considera ele, destacando a informação apresentada pela caixa, de que nos últimos 12 meses, a média de saque na modalidade Aniversário foi de R$ 3,2 bilhões por mês, sendo que 38% deste valor foi destinado ao trabalhador e 62% para as Instituições Financeiras. “Se torna um valor estéril do ponto de vista de geração de emprego e renda”, avalia.